De Repente...
De repente, Maria entrou na sala e deixou a porta bater atrás de si. Por um segundo, tremi de susto na cadeira. Olhei pro seu rosto, e notei o semblante triste de olhos marejados. Ela fazia força para não chorar, enquanto suas bochechas já molhadas, denunciavam que alguma dor vazava daquele coração aflito.
Eu não disse nada. Ela veio com calma, assentou-se do meu lado e enfiou a cara na mesa. Depois de alguns segundos, que mais pareciam anos, um silêncio sepulcral gritava na sala. Doía meus ouvidos. Eu podia me ouvir por dentro. Continuei segurando O Livro que lia. Meus ossos trincavam, o coração pulsava e o ouvido zumbia. Nada. Nenhum mosquito se atreveu a quebrar o silêncio.
Ela então virou o rosto, e entre os fios de cabelo grudados na bochecha pôs os olhos em mim. Eu só olhava com empatia. Com voz mansinha, ouvi a pergunta:
- Você acredita em milagres?
E eu que não fazia a menor ideia do que dizer, falei sem pensar:
- Você está olhando para um.
Ela sorriu.
[Crônicas Jockeanas]
Eu não disse nada. Ela veio com calma, assentou-se do meu lado e enfiou a cara na mesa. Depois de alguns segundos, que mais pareciam anos, um silêncio sepulcral gritava na sala. Doía meus ouvidos. Eu podia me ouvir por dentro. Continuei segurando O Livro que lia. Meus ossos trincavam, o coração pulsava e o ouvido zumbia. Nada. Nenhum mosquito se atreveu a quebrar o silêncio.
Ela então virou o rosto, e entre os fios de cabelo grudados na bochecha pôs os olhos em mim. Eu só olhava com empatia. Com voz mansinha, ouvi a pergunta:
- Você acredita em milagres?
E eu que não fazia a menor ideia do que dizer, falei sem pensar:
- Você está olhando para um.
Ela sorriu.
[Crônicas Jockeanas]
Comentários
Postar um comentário